sábado, 9 de junho de 2007

O poder das Palavras

O Poder da Palavra

”De todas as poderosas
armas de destruição
que o homem foi capaz
de inventar,
a mais terrível - e a mais
covarde -
é a palavra.
Punhais e armas
de fogo deixam vestígios
de sangue.
Bombas abalam edifícios
e ruas.
Venenos terminam sendo
detectados.
Mas a palavra destruidora consegue
despertar o Mal sem deixar pistas.
Crianças são condicionadas durante
anos pelos pais,
artistas são impiedosamente criticados,
mulheres são sistematicamente massacradas
por comentários de seus maridos,
fieís são mantidos longe da religião
por aqueles que se julgam capazes de
interpretar a voz de Deus.
Procure ver se você está utilizando esta arma.
Procure ver se estão utilizando esta arma em você.
E não permita nenhuma coisa, nem outra.”

Texto extraído do livro
"Histórias para pais, filhos e netos"
de Paulo Coelho.

Na infância, tinha um amigo que era mais que amigo, era como um irmão, éramos mais que companheiros, éramos cúmplices. Lembro das nossas armadilhas de pimenta nos jambos, das guerras de carambolas, das queimaduras por urtiga, a mais sincera lembrança é da minha hepatite, foi logo no começo das férias então ele ia sozinho a colônia de férias, quando chegava ia direto pra minha casa me contar tudo que tinha feito e lá, aos pés da minha cama passava o resto do dia.
Era filho único e seus pais sempre diziam que nossa amizade ia dar casamento, não nos importávamos com isso, foi a amizade mais pura que já tive.
Por volta dos nossos 12 ou 13 anos estávamos numa festa, não me lembro onde era e nem quem tava lá, só me lembro do que aconteceu, dos pais dele contando para alguém como éramos amigos, de chegarmos mais pra perto pra mostrar melhor como era nossa amizade, gostávamos dos comentários, de repente vieram as palavras, as malditas palavras: “Quando eles brigam, tem que ver como ela bate nele, é muito engraçado” Ruborizamos, vi toda vergonha estampada no seu rosto, eu queria parar aquilo tudo, não queria vê-lo daquele jeito, nem que ninguém pensasse que ele era fraco, mas já era tarde, já havia sido dito e todos riam de nossa intimidade, era nosso segredo, nossas brigas, vistas por adultos com uma visão cruel e escarnecedora.
Ele nunca mais foi do mesmo jeito, ali começou o fim de nossa amizade que não durou mais do que um ano depois deste dia.
As vezes fico triste por depois de mais de 20 anos é exatamente assim que os pais dele ainda descrevem nossa amizade, não lembram do carinho, da cumplicidade, de um ajudando o outro a não ficar de recuperação pra termos mais tempo pra brincar.
É uma pena que o melhor de nós não tenha sido descrito com palavras.
As palavras ditas pelos nossos pais tem uma força muito maior do que de qualquer outra pessoa.
Uma coisa eu aprendi, penso quantas vezes forem necessárias antes de falar qualquer assunto sobre meus filhos.


"Quando falares, procura que as tuas palavras sejam melhores que o teu silêncio”.(Provérbio Indiano)

Eu......

1 comentários:

Alê Quites disse...

Salve as palavras!
Beijos