Há algum tempo eu estou procurando uma oportunidade pra escrever sobre esse texto, em duas semanas tive múltiplas reflexões sobre ele, o texto é parte de um livro do Gilberto Barros, com o titulo "Você já abraçou seu filho hoje?", peraí gente, ainda não estou em livrarias procurando livros que me ensinem ser mãe, comprei num dia em que um cliente atrasou a reunião que teríamos e já que estava no centro não custava nada esperar, mas precisava ler algo e foi a coisa mais simpática que achei por perto, o livro é cheio daquelas historinhas que rodam na net, mas o Leão diz que vivenciou as historias, fazer o que? o texto começa na pág 66.
Preferia ficar na rua até altas horas a ter de ouvir tantas reclamações à toa.
Contou, bem triste, que na casa dele as pessoas eram mal-agradecidas e egoístas e que, quanto mais dava aos filhos, à esposa e até aos empregados, mais e mais eles queriam.
Naquela casa havia acabado o amor entre pai e filho, o carinho entre marido e mulher e até o respeito dos empregados ao patrão. Todo mundo achava que ele não fazia mais que a obrigação por lhes dar o bom e o melhor 24 horas por dia.
À medida que meu amigo desabafava, eu pensava na vidinha ridícula que ele vivia. Fiquei com pena dele de verdade quando me disse que havia muito tempo não recebia um carinho espontâneo dos filhos, muito menos da esposa. O interesse era tão grande ali que o filho só lhe fazia uma gracinha ou conversava com ele quando queria encher o tanque do carro. E a filha só se sentava em seu
ÔPS.....Quem colocou preço em quem?
A primeira vez que li esse texto tive uma pena desse homem e imaginei, que família ingrata a que age assim, outro dia lembrei dele e fui procurar, pensei diferente, mas ele não me saiu da cabeça, sabia que não estava tendo uma percepção satisfatória, mas hoje veio aquele estalo, e eu percebi o que procurava no texto.
Não é difícil de encontrar homens e mesmo mulheres (hoje em dia já é mais que normal algumas sustentarem a casa) com estas reclamações, mas que porra de valores esse pai ou mãe passou pra família a qual era provedor(a)?
Muitos pais tem comprado o afeto de seus filhos, assim vão aprendendo:
"Não tem importância meu pai não estar aqui, ele deixou dinheiro."
"Meu pai trouxe trabalho pra casa e me deu um dinheiro pra sair e deixa-lo trabalhar em paz."
"Meu filho, não estou presente, porque trabalho duro pra te dar tudo do bom e do melhor"
O cara colocou preço na ausência dele, ele pagou pra estar ausente, nunca demonstrou afeto, nunca ensinou sobre o valor do afeto, aí um dia chora, se sentindo um burro de carga, percebe claramente que todo o valor que tem está no bolso (ele determinou assim), mas nem assim aprende, continua cometendo o mesmo erro, agora ele colocou preço na paz, mas está comprando a solidão.
É uma historinha qualquer mas está acontecendo nos lares por mundo afora, alias, não vejo muitos por aí, vejo pessoas dividindo um espaço.
Muitos vão pensar: "Ela se acha perfeita!!!". Não me acho perfeita, cometo erros todos os dias, mas tento aprender com eles, não quero que meus filhos tenham conceito errado sobre os melhores valores da vida que são afeto, amizade, solidariedade, sinceridade, dignidade e respeito. Um amigo não tem preço, um filho nem se fala, uma família??
Depende do que se chama de família, a "minha" nem por todo dinheiro do mundo eu abriria mão da troca de afeto entre nós, ela não está a venda, ela é maravilhosa e sempre cabe mais um, mas não aceitamos pessoas que costumam agir diariamente com base no "Quanto custa?".
Eu e Ela....
5 comentários:
ô povinho sem criatividade hein! Com tantos bilhões de habitantes, há gente que vive repetindo histórias...
Tenho certeza que há pessoas à nossa volta que vive "quase exatamente" assim!
Ótima questão, Sarah.
Me surgiram algumas coisas que tenho refletido nesses últimos anos..
Uma delas é o exagero com que os pais e adultos em geral valorizam a tal da juventude. Esse tipo de valorização cria nos jovens a idéia de que eles são a referência para tudo. Os pais de hoje se sentem praticamente 'obrigados' a mimar seus filhos.. tendo dinheiro então, aí é que ferra tudo..
Segundo, quando você diz que ele "colocou preço na paz, mas está comprando a solidão", é outra boa colocação, porque fala sobre a coisa do dinheiro. O dinheiro não é e nunca foi um bom articulador das relações humanas. Isso por que há, nele, uma simbologia segunda, que foi muito bem percebida pelo Marx, em sua idéia do "valor de troca": o dinheiro gera sempre uma 'inutilidade' no que se valoriza por ele, justamente por que não há, no valor financeiro, menção direta ao uso primário das coisas. Trazendo pro exemplo do pai, se o que gera valor-pai no filho é o dinheiro, a troca se baseia num valor que não é o de ser pai, mas o de ter dinheiro. Portanto, se o dinheiro acabar, a relação se acaba também. Aliás, como você mesma coloca, ela só se estabelece quando o dinheiro está em cena. Até por que, ao que parece no exemplo, o pai compra sua solidão mesmo.
Conclusão: não se educa filho com dinheiro e mimo, mas com limite, respeito e autoridade. O resto é conversa fiada de marqueteiro...
Beijão
Alguns homens e algumas mulheres não sabem lidar com o capitalismo. Ah! E o troco fica com os filhos! Beijus
Também fiquei com dó dele no inicio, mas cada um cava sua cova, ele se faz de coitadinho pelo que plantou. :|
Deixei um prêmio para você no meu blog :)
Beijos
Sarah.
Não família igual a outra.
A Família é nossa impressão digital.
Olhando a sua... eu só tenho é que te parabenizar.
O afeto... a segurança... o carinho que a gente sente em nosso próprio ninho... não tem e nunca terá preço.
Abração forte do teu amigo pitoresco.
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