segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Do fundo do Baú.

Algumas pessoas me perguntam por que sou tão descrente do amor romântico.
Acho que ele sempre vem acompanhado de sofrimento, sensações de desconforto, lutas que as vezes nos acompanham o resto da vida.
Meu sábado corria feliz e tranquilo, na realidade como todos os outros, depois do almoço sempre, salão, cuidar um pouco do visual faz um bem do cara....
De repente eu me senti com 17 anos, as pernas estavam bambas, as mãos suando frio, os olhos não sabiam para onde ir, na duvida o pé pisou fundo no acelerador.
Era uma reação conhecida mas que eu não sabia que ainda existia em mim, juro que pensei estar tudo resolvido e cada emoção em seu devido lugar. Não sei se fui pega de surpresa, ou se a cena realmente mexeu comigo, lógico que mexeu.....
Alguém me olhava com um misto de inveja, raiva e possessividade, e outro alguém com desejo. É um cena que se repete há 17 anos e que mais uma vez me fez muito mal.
Eu ali, me sentindo pequena, mas ao mesmo tempo gigante porém atônita.
Eu não acredito que um sentimento bom faça com que as pessoas se sintam assim!!!
Eu me senti pequena, porque realmente fui medíocre ao abrir mão de lutar por um amor que lateja até os dias de hoje, me senti grande porque trago comigo a certeza de ser amada na mesma proporção, mas de que me adianta tudo isso? Fomos covardes. Somos covardes.
As vezes eu esqueço todo o sofrimento que tal relação me causou, do sofrimento que causei a outro, com o tempo acontece isso, só lembramos da magia, magia essa que só existe por causa da distancia.
Um dia eu jurei a mim mesmo que homem nenhum me faria chorar, não por amor.
Esperei por muito tempo que ele aparecesse em seu cavalo branco e me levasse para o seu castelo para vivermos felizes para sempre, mas no máximo apareceu num pangaré me convidando pra dar uma volta no país das maravilhas.
Hoje ele sofre por eu ter seguido a vida, ele se sente diminuído porque fui além do que ele poderia imaginar. As vezes eu também sinto falta dele, mas nada que me impeça de ser feliz.
Já até me perguntei se eu não sou esse exemplo de mulher para que ele veja quase todos os dias tudo que perdeu. Mas não, eu sou esse Mulherão, por que eu sempre fui, antes eu só era uma adolescente testando a vida, conhecendo os próprios limites, mas já com essa mulher nascendo em mim.
E no final ninguém ganha ou perde, simplesmente seguimos a vida, com ou sem o amor do nosso lado.
Mais uma vez jogarei essa história no fundo do baú.
Se ela tivesse tido continuidade, talvez eu não estivesse aqui, escrevendo e bebendo um delicioso pro seco, ouvindo tranquila o barulho da chuva.
Com certeza teria uma vida totalmente diferente, com outros valores. Talvez com valores que não seriam meus.
Se eu iria ser feliz? Não sei. Eu sei que sou feliz com o que tenho e sou agora.


Eu...........

3 comentários:

Anônimo disse...

Sarah,

Nós pensamos que mandamos no nosso sentimentos. Eu penso que os domino. E você também sabe como é. E, é complicado, ficar pensando no que poderia ter sido se tivesse acontecido aquilo que não aconteceu.

Como estariamos se tivessemos tomado o caminho da direita e não da esquerda. Nem adianta ficarmos imaginando, é um caminho que jamais saberemos o que teriamos nele, apenas imaginamos.

O bom ou ruim disso, é que cada caminho só é conhecido se voce caminhar nele.

OBS: Eu vim cedo e li, mas, estava atendendo um cliente e não tive como deixar o comentário.

Sarah Rubia Nunes disse...

Adão o mais importante é conseguir ver a beleza do caminho que se escolheu.
Acho que é possivel dominar os sentimentos sim, mas vez ou outra somos pegos de surpresa.
Não podemos escolher o que sentir mas podemos decidir como sentir.

Bjs

Antonio Ximenes disse...

Sarah.

Concordo com a tua opinião... não podemos dominar nossos sentimentos... mas podemos decidir a maneira como sentí-los.

Os nossos valores pessoais não podem ser infectados pelas regras de conduta que a sociedade fica impondo.

Somos indivíduos com livre arbítrio e merecemos ter o direito de manter nosso "eu" intacto.

Sejamos nós mesmos apesar de tudo.

Belo texto.

Abração