quinta-feira, 4 de setembro de 2008

De mãe para mãe


Me engasgo quando,
Alguém diz que a presença dos pais não lhe fez falta,
Alguém diz que se o filho não for homossexual já está de bom tamanho,
Que filhos tem mais pra ensinar do que aprender,
Que criança já nasce com seu carater formado,
Que uma criança tem sangue ruim...
Me engasgo... a fala trava.


Mesmo hoje, meu pai faz falta a mim.
Não desejo que meu filho seja gay, mas também não quero que ele seja um monte de outras coisas, e se ele decidir ser gay, que seja o mais feliz deles, e que seja um ser humano maravilhoso, que seu carater abra qualquer porta que desejar abrir.
Tenho muito a ensinar aos meus filhos, mas algumas coisas eles vão aprender por aí, e me ensinar, ninguém sabe tudo, mas eu sei mais do que eles, eu vivi mais do que eles.
Criança é um diamante bruto, o valor dela vai depender do lapidador.

Tristes pais que nunca aprenderam a ser filhos...

Se meu filho aprende um refrão novo na aula de guitarra, eu quero ouvir, se souber a letra levo com ele.
Se meu filho fez um desenho que não entendo nada do que vejo, quero ouvir a historia ilustrada.
Se meu filho aprende um golpe novo no jiu jitsu, quero assisti-lo praticando.
Se meu filho sofre alguma derrota, quero estar lá, com o coração apertado vê-lo aprendendo sobre a vida.
Se meu filho tirou uma otima nota, quero estar lá.
Se a nota foi ruim, também, orientando a melhorar.
Se estão triste, não poso impedi-los de sentir, mas estarei lá para ensina-los a superar.
Se cometerem erros, quero estar lá, para ensina-los a reconhecer um e corrigi-lo.
Não existe o que uma criança diga ou faça que não mereça atenção.

Eu quero estar muito presente na vida dos meus filhos.
Um dia vou saber que dali pra frente eles já sabem o que fazer, e passarei a mera expectadora, mas enquanto isso não acontecer, é minha obrigação orienta-los, incentiva-los e tornar possível que eles se tornem pessoas melhores.


E se eu errar, que erre pelo excesso, nunca pela falta.

4 comentários:

Antonio Ximenes disse...

Sobrar é sempre melhor do que faltar.

Abração forte pra tu.

Anônimo disse...

oi sarah, muitos pais nao estao preparados para entender que eles criam os filhos pro mundo.
E esse mundo nao alivia.
Desculpe nao ter dado atenção e nem ter prestigiado o blog essa semana, muito trabalho :(

Anônimo disse...

Parabéns pra você mamãe Sarah. Você está correta em seu texto, em suas idéias, e quem tem filho sabe como é!

Aqui a regra é clara:

- Não somos amigos. Eu sou pai. Você é filho. Amigo você encontra, conquista e faz na escola, nas festinhas, etc. Mas, até isto tem regras, e deve ser acompanhado!

Sarah Rubia Nunes disse...

Antonio,
amor nunca é demais, to em falta em te comentar.

Iara, algumas mulheres ainda brincam de boneca com seus filhos, e isso me deixa triste.

Eu entendo, as vezes fico em falta também.

Adão,
Felizes seriam muitos pais se isso fosse apenas manter os filhos vivos, é muito mais que isso, é criar o ser humano de amanhã.
Não sei como é por aí, mas aqui mesmo na infancia as amizades devem ser monitoradas sempre.
O indice de delinquenia a partir dos 10 anos é assustador.

BEIJOS