terça-feira, 21 de outubro de 2008

Princesa...


-Mãe você é feliz?
-Como assim?
-Você é feliz com a vida que tem?
-Em alguns campos da vida sim, outros não, mas num todo sou feliz, muito feliz.
-Mas assim... quando você tinha a minha idade você imaginava que sua vida seria como é hoje?
-Não, nós mudamos, o mundo muda, é impossível ser o que se sonha na infância.
-Você imaginava o que?
-Que eu seria professora, me tornaria dona de uma escola, casaria com um homem sem defeitos, que me trataria como uma princesa, que teria um casal de filhos, que moraria numa mansão e um monte de outras coisas...
-Mas porque?
-Todo mundo dizia que eu era uma princesa, e eu acreditava nisso, achava que minha vida seria igual das princesas dos contos de fadas.
-Se eu tiver uma filha nunca vou chama-la de princesa!!!
-Porque?
-Eu não, pra ela crescer e ver que não é princesa e ficar traumatizada.
-Você está insinuando que eu sou traumatizada.
-Não disse isso, você que tá dizendo!!!!

É... FUI EU QUEM DECIDIU POR UMA EDUCAÇÃO DE DIALOGO ABERTO.

Foi duro convencer meu filho de que eu poderia ter tido tudo que sonhei, exceto o homem sem defeitos, mas que descobri no meio do curso de formação de professores que não era minha vocação, que poderia ter um marido que tratasse como uma princesa mas não tenho saco pra paparicação, que o sexo dos filhos não é uma escolha nossa e só entendemos que isso não tem importância quando ouvimos seu coração pela primeira vez e que uma mansão não é garantia de felicidade.
Mas eu cresci, e continuo me achando uma princesa!!!!!

4 comentários:

Anônimo disse...

A gente coloca os pais em cada situação!!
la em casa nao tem muito dialogo aberto, a criação foi assim.
Mas mamae sempre me disse que principes e homens perfeitos nao existem desde que me conheço por gente.

Anônimo disse...

Eu ainda sou do tempo que conversa é para alguns momentos.

Ricardo Rayol disse...

amém :-)

Lugirão disse...

Adorei o seu post, eu nunca acreditei que fosse princesa, embora quisesse muito ser uma, e vivia criando meus contos de fada, mas sempre consciente de que eram só sonhos.

Eu sempre falei abertamente com meus filhos, e sou completamente a favor disso.